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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Criatividade durante a recuperação de um transtorno alimentar

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A coisa com transtornos alimentares é que são coisas que usamos para lidar com nossas emoções. Os comportamentos doentios são formas de suprimir ou encontrar alívio para emoções que nos fazem sentir mal: principalmente frustração, ansiedade e medo, que levam à necessidade de controle e à procura de uma maneira de "merecer" coisas boas e prazerosas, através de um determinado padrão definido como sendo ideal. É por isso que estou sempre dizendo que não são sobre a comida e o peso, nem sobre desejo de ser magro, mas o reflexo complexo de emoções intensas com que não conseguimos lidar. Desta forma, além de compreender o que essas emoções são e por que têm um poder tão grande sobre nós, a fim de nos recuperarmos, precisamos aprender habilidades saudáveis de enfrentamento. Primeiro, vamos falar sobre o que são habilidades de enfrentamento . De acordo com a Wikipedia , é a habilidade de "investir o próprio esforço consciente, resolver problemas pessoais e interpessoais, a...

Semana de Conscientização sobre Transtornos Alimentares

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Hoje marca o início da Semana de Conscientização sobre Transtornos Alimentares . Passei o dia inteiro tentando escrever algo, mas as coisas não saíram muito bem. Acabei chorando e sentindo que não há nada que eu possa fazer para mudar minha situação, nem para ajudar qualquer outra pessoa. Senti-me impotente, e minha própria existência perdeu o sentido, porque eu tenho feito do meu ativismo a minha razão para continuar lutando por mim mesma. Mas estou tentando de novo. Isto é, a propósito, uma lição que me foi ensinada através da recuperação: sempre tente novamente se, no fundo, você acreditar que vale a pena. Aqui vamos nos! A Semana de Conscientização sobre Transtornos Alimentares é, na verdade, algo dos Estados Unidos. Eles têm todos os anos, mas nós não. Decidi participar este ano, com as pessoas de todo o mundo que estão a transformar isso num evento internacional (o que eu espero que se torne). É hora daqueles lutando contra um transtorno alimentar, e seus amigos, e...

Como problemas de criatividade alimentaram minha anorexia

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Eu estava planejando e começando a escrever um artigo chamado  Criatividade e transtornos alimentares: o papel das artes na recuperação . Provavelmente, o artigo sairá em algum momento, mas preferi adiá-lo e tratar de algo que caiu na minha frente durante as pesquisas para escrevê-lo. Ao pesquisar sobre o efeito positivo do uso de atividades criativas durante a recuperação de um transtorno alimentar, esbarrei com um artigo chamado Creativity and Eating Problems . Pensando que encontraria algo completamente diferente, abri-o, mas fui atingida pelo que li. Em suma, no artigo, Karen Koenig diz que muitos de seus pacientes que se queixam de "falta de criatividade", se não estão sendo permanentemente produtivos o tempo todo, têm uma sensação de culpa. Como uma pessoa das artes eu mesma, as palavras me atingiram quando as li, porque me queixar da "falta da creatividade" é algo que faço demasiado frequentemente - e eu estou dolorosamente familiarizada com a culpa ...

Coisas que tenho aprendido com a recuperação e o tratamento

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Eu comecei meu tratamento psiquiátrico em maio e o tratamento com o resto da equipe em outubro. Não é muito tempo se eu pensar sobre isso de uma perspectiva externa, mas muito mudou, tantos passos foram tomados, tantas coisas diferentes eu aprendi até agora, que é quase como se fosse uma vida inteira de distância. Eu quero compartilhar algumas coisas que eu aprendi com minha equipe e com minhas próprias meditações através do processo. Primeiro, iniciar o tratamento não é igual a abrir mão do controle da sua própria vida . Eu estava aterrorizada, com medo de perder o controle sobre a minha vida, de ser dita o que fazer, ter que seguir as regras de outra pessoa. Apesar de todas as minhas limitações, sempre gostei de pensar que eu era independente e fazia as coisas da maneira que eu gostava. No entanto, com o tratamento e todo o processo de recuperação, acabei compreendendo que a ideia anterior de independência que eu tinha era uma falsa realidade. Eu não era indepen...

Vegetarianismo e veganismo em transtornos alimentares

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Eu sou vegetariana. Antes de começar minha recuperação "oficial" com uma equipe de tratamento, eu automaticamente precisei considerar a possibilidade de ter que quebrar minha dieta vegetariana e comer carne. Eu acreditava que meu vegetarianismo não era influenciado pela anorexia nervosa, e que me tornara vegetariana porque eu cresci no campo, cercada por animais, e comê-los sempre me fez sentir horrível. No entanto, eu estava ciente de que a minha percepção de minhas próprias ações poderia ser influenciada pela doença. Eu pensei "Se me disserem que preciso comer carne, então eu vou ter que fazê-lo". Era um grande medo meu, mas estava determinada a fazer o que a equipe sugerisse. Quando eu estava sendo entrevistada na triagem, eu disse que era vegetariana. Foi-me perguntado "Por quê?" Mesmo depois que comecei o tratamento, nas primeiras semanas, fui questionada várias vezes por minha nutricionista e terapeuta, mas também por minha endocrinologista e...