CVV: expectativas, críticas e sugestões


Embora não seja o meu post mais visto, o que eu escrevi sobre minha experiência com o Centro de Valorização da Vida (leia o post aqui) tem mais comentários no meu blog. Embora a maioria dos comentários seja, infelizmente, de pessoas que relatam experiências semelhantes às minhas, uma pessoa anônima mencionou o que os voluntários da CVV devem oferecer: apoio incondicional.

Isso me fez pensar. O que é suporte incondicional? O que significa apoio incondicional quando confrontado com questões de risco de vida, tais como pensamentos suicidas: significa simplesmente "concordar" com tudo o que a pessoa suicida diz ou se envolver em uma conversa real?

Quando busquei a CVV, eu estava gravemente paranoica e suicida. Eu acabei no hospital, na ala psiquiátrica, menos de duas semanas depois (pode ler sobre isso aqui). Eu realmente precisava de algum tipo de ajuda. Eu esperava uma conversa em que alguém tentasse raciocinar comigo em cima dos meus pensamentos confusos e preto-e-branco, enquanto reconhecesse o que eu estava sentindo. Em vez disso, fiquei com as palavras vazias, sem compromisso, sem conexão emocional real.

Agora eu não sou uma idiota insensível. Eu sei que é difícil se envolver com pessoas dizendo "Estou prestes a me matar, me tire dessa situação". Eu sei que sua própria saúde mental é afetada. Eu sei. Mas você se ofereceu para o trabalho e (supostamente) foi treinado para isso. É assim que deveria agir?

O que eu quero saber aqui é:

  • Você já usou o serviço do Centro de Valorização da Vida quando precisou ? Se não, usaria?
  • Quais são as suas expectativas sobre um serviço como esse?
  • Se você já usou serviços do CVV, suas expectativas foram atendidas?
  • Você tem alguma crítica ou sugestão?
Minhas maiores sugestões para as pessoas do CVV são: escutar as pessoas que já usaram o serviço, descobrir o que acham que está faltando e melhorar o treinamento oferecido aos voluntários.

E vocês?

Comentários

  1. Minhas primeiras ligações também foram catastróficas. Eu sentia como se ninguém realmente me escutasse, como se fossem robôs falando comigo. Era apenas eco. Dizer coisas como "Estou profundamente triste com isso" e receber um "E como isso afeta você?" é, literalmente, decepcionante. Porém, e felizmente, na minha última ligação feita tive uma grande surpresa. Um homem me atendeu, parecia extreeemamente entediado.
    Acho que nós dois meio que acabamos com o tédio do outro naquele dia. Foi uma conversa bem casual, como posso dizer. Não era como se estivéssemos conversando através da CVV, mas sim como se fossemos amigos batendo um papo. Falamos do tempo, das notícias, de pesquisas. Falamos de tudo... menos do motivo que me fez ligar.
    Eu não consegui desabafar, mesmo assim. Acho que é por isso que não tenho uma avaliação muito boa da CVV. Mas foi uma boa conversa, para mim que não conseguia manter um assunto com alguém há meses.
    Acho que a principal sugestão que eu tenho para as pessoas do CVV seria usar mais a empatia. Ninguém quer se sentir falando com um robô, principalmente quando está mal, certo?

    Mas o que tenho para dizer é que, moça, achei seu blog um dia desses e finalmente criei coragem para falar algo. Estive lendo várias postagens suas e estou impressionada com a pessoa fantástica e forte que você é. Por favor, não desista. Você é alguém incrível. Estou verdadeiramente feliz lendo as suas melhoras, e espero que esse ano seja um ano muito bom para você, principalmente naquela sua lista do último post.
    Devo dizer que adoraria ler um livro escrito por você!
    Um beijão!

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  2. Hey, espero que esteja tudo bem, estou preocupada. Apareça quando se sentir confortável.

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  3. Finalmente leio a opinião de alguém que teve a mesma impressão que eu com relação ao trabalho do CVV. Acho, sim, que este é um serviço necessário, porém não feito da forma como anda sendo. Já utilizei o chat deles várias vezes, e sempre senti como se ninguém me escutasse; a pessoa do outro lado só ficava repetindo o que eu falava, não respondia perguntas, não dava opiniões e jamais puxava assunto nenhum. Estava lá literalmente apenas para me ouvir, o que também cansa. Se estou triste ou solitário, quero me sentir papeando com alguém real, penso.

    Sei que parte do treinamento do CVV consiste em alertar os voluntários à não opinarem, diagnosticarem e nem fazerem juízo de valor (até porque não são psicólogos nem gente gabaritada pra tal), mas a tática deles deve evoluir de alguma forma, porque do jeito que está, não creio que estão ajudando muita gente. Mais empatia e menos conversas robóticas, por favor.

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