Última semana de 2017 e Ano Novo
Olá a todos! Como estão? Espero que tenham tido uma boa vinda de ano novo. Passei com meus pais e irmãos em casa. Minha avó nos visitou, mas estava muito cansada para esperar até a meia-noite, então voltou para casa. Minha irmã foi à praia com seus amigos. Mas quero escrever sobre a última semana de 2017, porque é difícil para mim. Não é apenas Natal e véspera de Ano Novo, mas também aniversário do meu pai (26) e da minha irmã (30).
Vou ser rápida sobre isso, já que tudo que quero é atualizar em relação a como as coisas estão indo. No Natal, sofri um pouco com as rabanadas. Eu adoro e por isso é assustador. Sempre tenho medo de querer comer mais. Além disso, tem bastante açúcar. Ainda tenho problemas com o açúcar, apesar de estar trabalhando nisso com o tempo. Planejei comer só uma, mas estava tão gostoso que comi duas. Minha irmã me encorajou a comer outra, então comi. Isso causou sentimentos mistos, mas fiquei feliz por me desafiar.
No dia seguinte, foi aniversário do meu pai. Fiz o meu melhor para me manter positiva e de bom humor, porque meu pai fez tanto por mim durante todo o ano. Ele merecia um aniversário maravilhoso e eu queria que ele visse que seu esforço estava tendo um efeito de verdade. Além disso, queria que ele se orgulhoso de mim. Nos divertimos juntos e foi bom. Eu escrevi uma cartinha falando sobre tudo o que passamos juntos nas nossas idas ao Rio e o quanto aquilo significava para mim e ele disse que eu o fiz chorar. Ele é grande, meio distante do mundo e difícil de ler para quem não o conhece, mas tem coração mole.
No dia seguinte, estava me sentindo horrível. Estava com vergonha. Não queria levantar. Minha cabeça estava com todo tipo de pensamentos sobre as consequências dos três dias anteriores. Estava de mau humor. Mas fiz o meu melhor para ignorar isso e comer alguma coisa. Mas no dia seguinte, quase desmaiei. Tive que me sentar numa cadeira por causa de quão fraca e tonta estava. Meu irmão me fez dois sanduíches para me sentir bem o bastante para levantar e ir à cozinha. Foi um dia difícil com uma noite difícil.
Naquela noite, tive uma conversa muito aberta com meu irmão. Ele foi mantido no escuro sobre o que está acontecendo comigo. Ele sabe que estou doente, que tenho anorexia, que estou em tratamento e que não como. Só. Ninguém explicou nada. Ele tenta me confortar quando alguém diz algo que claramente me deixa triste e desconfortável, me dando um abraço e beijando o topo da minha cabeça, mas não sabe. Eu estive muito nauseada por semanas e semanas e, naquele dia, estava bem pior. Ele perguntou por que tenho tanta náusea. Eu disse que é porque estou em modo de inanição. Ele perguntou o que era.
Eu expliquei que é quando você não come o suficiente por tanto tempo que seu corpo e mente deixam de funcionar do jeito que deveriam, porque precisam economizar energia para manter você vivo um pouco mais. Isso significa que o corpo fica mais e mais fraco e os pensamentos ficam estranhos e sem lógica. Ele queria um exemplo e eu disse: "É o que acontece com prisioneiros de guerra. É por isso que ficam tão mal depois de um tempo". Ele brincou: "Então você é prisioneira de guerra?" Eu falei "Sim, dependendo de como você vê". A mudança na expressão dele me entristeceu. Ele entendeu.
No dia 29, meus pais foram mais atentos e me fizeram comer. Não estão fazendo o que a nutricionista pediu, mas quando tenho esses momentos, eles lembram. Talvez seja por isso que estou comendo pouco: quero que percebam algo. Foi difícil, mas fiquei dizendo a mim mesma que não podia me deixar a chegar ao ponto em que cheguei no dia anterior. Além disso, no Natal, minha irmã tinha tirado uma foto que me assustou, porque notei o quanto estou diferente. Senti que estou decepcionando quem confiou e trabalhou para me ajudar. Chorei e perguntei a minha irmã "Eu sou um problema?" Ela disse que não e perguntou por quê. Eu disse: "Sempre decepciono todo mundo e causo dificuldades, desde criança". Ela disse que me amam. Honestamente, é difícil acreditar. Eu sei que não estão mentindo, mas é como se dissessem uma coisa e eu ouvisse outra. Uma interferência no meio do caminho.
No aniversário da minha irmã, quis fazer o mesmo que fiz no meu pai. Ela fez tanto nos últimos meses. Eu a amo e sinto que minha doença tirou a atenção que ela merecia. Nossa família sofreu uma grande perda, mas ela provavelmente foi a segunda pessoa mais afetada. Ela foi a hospitais e acompanhou a deterioração gradual, mas rápida, de uma das pessoas mais importantes da sua vida. Ficou traumatizada, mas meu tratamento manteve meus pais ocupados. Não foi justo. No mês passado, ela literalmente me ajudou a voltar a respirar. Ela me deixou deitar e chorar com ela e me abraçou. Tem sido incrível. Então eu comi tudo, incluindo bolo com um creme de alguma coisa com maracujá. Eu detesto maracujá, mas é isso aí. Foi difícil ter minha avó aqui, porque ela disse coisas ruins, mas tudo bem.
Ontem, antes do nascer do sol, eu fiz uma das mais estranhas, inesperadas e corajosas da minha vida. Então sentei na sacada e escrevi as primeiras páginas do meu diário. Planejava começar hoje, mas tinha que escrever meus sentimentos. Além disso, começar um diário em 31 de dezembro é bem legal. De manhã, minha irmã e eu comemos outro bolo, maior, de baunilha com um uma montanha de chantilly, chocolate e morango. É provavelmente minha coisa favorita no mundo (das comidas). Me senti mal porque queria comer uma segunda fatia, mas minha irmã disse: "Ninguém vai morrer ou matar você, só come porque é gostoso e você adora", então comi. Comi dois sanduíches e tomei meu suplemento três horas antes.
Mas meus pais não prepararam o almoço quando eu tinha que comer. Lembrei a eles, mas já estava tremendo e a náusea já estava muito forte de novo. Não conseguia parar de tremer, então pedi que me chamassem quando a comida estivesse pronta e fui para a cama. Eu estava fraca, então dormi logo. Esse tipo de coisa me faz sentir muito desconfortável. Acho que estou causando problemas e sendo um fardo para minha família. Eles têm suas vidas, querem fazer suas coisas, mas têm um bebê inútil de 23 anos de idade vivendo sob o seu teto. Não gosto de lembrá-los de que precisam "me alimentar". Não tenho o direito.
Prepararam o almoço e comemos juntos na sala. Comi mais bolo e bebi mais suplemento depois. Também comi uma banana e iogurte. À noite, comi arroz, lentilha, batata, cenoura, azeitonas e tomates sweet grape (meus favoritos do coração). Foi provavelmente o dia em que mais comi em muito tempo. Não vou dizer que foi fácil. Quando fui ao banheiro e vi minha barriga inchada no espelho, fiquei confusa. Meu primeiro pensamento foi: "Grande". O segundo foi: "Não é tão ruim". E o terceiro: "Mas que gorda. Não deveria ter comido nada". Mas notei naquele momento: eu estava me forçando a pensar coisas ruins. Estava indo nessa direção de propósito. Os pensamentos bons eram tímidos, mas estavam lá e eu estava realmente, realmente ciente disso pela primeira vez, mas eu me obriguei a ir para o outro lado. Então eu pensei: "Se posso fazer isso, também posso fazer o contrário".
Então! Minha resolução para este mês (decidi dividir minhas resoluções em meses e não prevê-las, mas pensar nelas enquanto o ano passa) é focar em dirigir os pensamentos para o positivo e incentivá-los quando já nascerem bons. Estou começando hoje. Escutei três álbuns mais cedo (um do Rasmus, um do HIM e um do Lacrimosa), comi meu café da manhã e vou comer o almoço quando terminar o post e então vou sentar na varanda para escrever no diário algumas maneiras de mudar o foco dos pensamentos. Sei que eu poderia só seguir o que outras pessoas sugerem, mas às vezes é difícil me relacionar com elas.
Eu disse que seria breve, mas parece que isso é impossível quando escrevo. De qualquer forma, espero que todos vocês tenham um ótimo ano. Desafios virão, mas com eles também virão as descobertas pessoais.
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