Lições que aprendi em 2017
Então, hoje foi meu último dia no hospital este ano. Eu quase não dormi ontem à noite porque estava tão ansiosa. Não queria dizer tchau. No ano passado, também foi difícil, mas por outra razão. Eu sabia que não estava pronta para ficar sozinha. Sabia que ainda estava instável, impulsiva demais. Sabia que algo daria errado (e deu). Este ano, é um sentimento completamente diferente: eu não queria dizer tchau porque vou sentir falta da equipe.
Aquele lugar se tornou minha segunda casa. Minha equipe se tornou minha amiga. Só nos vemos uma vez por semana, nos falamos uma vez por semana, mas sei que pensam em mim nos outros dias, e eu penso nelas todos os dias, colecionando momentos e sentimentos que eu quero contar a elas. Mais importante, eu valorizo minha honestidade para com elas. Sou aberta. Eu não minto. Acredito em sua boa vontade, confio totalmente nelas. Isso me deixa extremamente vulnerável, e vulnerabilidade é difícil para mim.
(Pronta para ir ao hospital e o presente que ganhei da nutricionista: uma turmalina negra)
Então, decidi escrever uma lista de lições aprendidas este ano. Foi definitivamente um ano estranho, com altos e baixos, mas, pela primeira vez na vida, não estou triste pensando em todas as coisas que não fiz. Em vez disso, estou orgulhosa por tudo o que consegui. Muito mudou, melhorei tanto quanto pessoa. Claro, ainda tenho um longo caminho à frente, ainda estou tentando descobrir como lidar com as mudanças na minha criatividade, mas me sinto ótima. É como se eu fosse uma pessoa nova, e talvez eu seja.
- Mesmo que eu faça tudo certo, as coisas ainda podem dar errado. Não é minha culpa e não significa que não tentei o suficiente. Enquanto eu souber que fiz o meu melhor, isso é tudo o que importa.
- Eu não preciso estar fora de controle e constantemente procurando formas de me autodestruir para produzir. A abordagem no meu trabalho pode mudar ao longo de meu próprio processo de mudança. Isso não significa perder quem eu sou.
- Eu posso, na verdade, confiar nas pessoas para me ajudar. Nem todo mundo está pronto para me pegar e atacar. Algumas pessoas de fato se importam e farão tudo o que podem por mim.
- Às vezes, as pessoas que mais amamos nos ferem porque são ignorantes quando se trata disso ou daquilo. Tudo bem me sentir triste e magoada, desde que lembre que não fizeram isso de propósito e que me amam.
- Posso ver um futuro para mim. Eu posso ter metas saudáveis, e sou capaz de trabalhar para ter algo positivo. Eu tenho o poder de usar a energia gigantesca em mim para construir minha própria felicidade.
- Pizza é bom se você pedir de uma boa pizzaria.
- Pensamentos não são realidade, nem eternos. Se eles pesarem sobre meus ombros, eu posso deitar na minha cama e esperar. Ou chorar e esperar. Ou escrever e esperar. Mas me ferir nunca vai fazer nada além de fazer com que piorem.
- Mesmo que custe minha autonomia, pedir ajuda não é uma coisa vergonhosa. Admitir meus pontos fracos não é uma fraqueza por si só. A coragem de confessar que estou sofrendo pode salvar minha vida.
- Não quero morrer. Meu desejo é viver uma vida significativa, aprender o máximo que puder, me comunicar e ter a chance de ajudar pessoas que precisam. Eu não quero morrer, mas há momentos em que tenho uma necessidade desesperada de alívio. Esses momentos passarão. Tenho que me abrir e me manter segura até lá.
- Tudo bem encontrar novos sonhos e mudar de direção. Tudo bem querer fazer algo completamente diferente de tudo o que eu sempre quis. Tudo bem dar uma chance a algo novo, apesar do que disserem. De alguma forma, minha essência sempre será a mesma. Eu posso confiar nos meus instintos.
- Meus traumas não precisam ser minha identidade. Memórias ruins não precisam ditar meus pensamentos. Relacionamentos passados não precisam me fazer temer os novos. Eu sou livre para seguir em frente com minha vida.
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