Work In Progress: Recuperação e "Get Hurt"
Os efeitos do ataque de pânico que eu tive na noite de quinta-feira, e ontem à noite estão pesando em mim. Sinto que não há nada a fazer além de dormir até que o intenso sentimento de fracasso e solidão suma. No entanto, eu sei que dormir não vai resolvê-lo (provavelmente), e que eu estou ativamente indo contra o que faria isso parar: depois do episódio na noite de quinta-feira/sexta-feira de manhã, mas principalmente depois do que aconteceu ontem à noite (a realização de que a realidade não aconteceu da maneira que me lembro, o que me levou a pensar - de novo - que sou uma mentirosa compulsiva que não merece nada de bom), estive evitando pessoas e parei de comer outra vez.
Hoje, meus pais me encurralaram na cozinha para me fazer almoçar. Não tinha comido nada consistente desde sexta-feira, e ainda assim fiz exercícios no início desta manhã. A consequência foi tontura, palidez, péssimo humor, incoerência na fala, pensamentos constantes sobre comida, um sabor permanente de café na minha boca e baixo nível de açúcar no sangue que deixou minha boca sem cor e minhas mãos trêmulas. Sim, um monte de coisas negativas. Então você pode me perguntar, por que fiz isso? E a resposta é: eu não sei. As coisas aconteceram e foi assim que eu reagi. Mais uma vez. Eu não sei como as coisas vão até ver minha equipe na terça-feira, mas estou ciente do problema. Só estou exausta demais, mentalmente, para fazer algo a respeito. Pelo menos por agora.
Eu me pergunto como é que isso aconteceu. Como meu cérebro começou a pensar que destruir a mim mesma era a resposta para sentimentos ruins e situações difíceis? Não quero viver assim para sempre. Eu não quero viver uma vida governada pelo que posso e não posso comer. Eu não quero viver uma vida na qual tenho que ganhar permissão para comer, uma permissão que nunca recebo. Eu não quero mais viver uma vida de privação. Quero me recuperar. Eu escolhi me recuperar. Procurei tratamento. Fui eu. Era o meu desejo. Ainda assim, sinto como se agora estivesse presa numa armadilha. Eu sei que ter altos e baixos na recuperação é normal e eu tive momentos assim antes, mas cada vez é mais doloroso, cada vez é mais humilhante, e cada vez que me faz sentir mais culpada.
No entanto, estou tentando me concentrar em outras coisas, coisas mais positivas. Mais cedo hoje eu consegui escrever o prólogo de uma história que realmente quero escrever. É baseado em minha vida com a anorexia e recuperação e, apesar de ser 40% ficção (ou é assim que eu planejo que seja, porque minha vida é realmente chata demais para um livro inteiro), vou usá-lo como um exercício de auto-consciência. Escrever o prólogo foi bom porque escrevi exatamente como eu estava me sentindo esta manhã, e exatamente o que estava fazendo. Foi uma ótima experiência e me ajudou a me acalmar um pouco.
Em abril, eu vou participar do Camp NaNoWriMo, depois de falhar miseravelmente no NaNoWriMo de novembro por causa da depressão. A ideia é escrever 50.000 palavras em um mês (1.667 palavras todos os dias ou algo assim), mas eu não vou me pressionar para alcançar esse objetivo, se não tiver energia para fazê-lo. Em vez disso, vou tentar ver desta maneira: cada palavra escrita é uma palavra a mais do que eu tinha antes, então consideremos como lucro. A ideia de contar minha vida através de um livro é atraente, porque é assim que me sinto confortável, e acho que isso ajudaria meus pais a entender um pouco do que se passa. Mas mesmo que não mostre esse trabalho a ninguém (exceto minha terapeuta; planejo deixá-la lê-lo), vou escrever para mim, porque quero, porque significa algo para mim. Sinto falta de escrever, sinto falta de me desafiar a escrever.
Embora este não pode ser o título final, eu estou trabalhando com o título Get Hurt. É o nome de uma música do AFI que eu realmente, realmente gosto (o álbum inteiro é ótimo, a propósito). Apesar do título estar em inglês, escrevi o prólogo (que funciona mais como uma forma de planejar o que vou escrever durante o mês de abril) em português, o que é um milagre. Eu vou estar escrevendo sobre o processo no meu Twitter (atualizando com estatísticas do meu progresso diário e pensamentos sobre o trabalho doloroso que é dar à luz um livro) e pode-se acompanhar o progresso através do Pacemaker e do meu novo blog de escrita. Sim, no caso de estar se perguntando, estou atualmente escrevendo sob o nome de Venus Gabrielle Dubois (embora só assinando Venus Dubois, porque a coisa toda é muito longa). As razões serão explicadas mais tarde (no outro blog)!
Agora vou comer algo, porque um estômago vazio significa que não há combustível para o cérebro escrever nada que preste! (Escrever sobre escrever é sempre um motivador.)
Hoje, meus pais me encurralaram na cozinha para me fazer almoçar. Não tinha comido nada consistente desde sexta-feira, e ainda assim fiz exercícios no início desta manhã. A consequência foi tontura, palidez, péssimo humor, incoerência na fala, pensamentos constantes sobre comida, um sabor permanente de café na minha boca e baixo nível de açúcar no sangue que deixou minha boca sem cor e minhas mãos trêmulas. Sim, um monte de coisas negativas. Então você pode me perguntar, por que fiz isso? E a resposta é: eu não sei. As coisas aconteceram e foi assim que eu reagi. Mais uma vez. Eu não sei como as coisas vão até ver minha equipe na terça-feira, mas estou ciente do problema. Só estou exausta demais, mentalmente, para fazer algo a respeito. Pelo menos por agora.
Eu me pergunto como é que isso aconteceu. Como meu cérebro começou a pensar que destruir a mim mesma era a resposta para sentimentos ruins e situações difíceis? Não quero viver assim para sempre. Eu não quero viver uma vida governada pelo que posso e não posso comer. Eu não quero viver uma vida na qual tenho que ganhar permissão para comer, uma permissão que nunca recebo. Eu não quero mais viver uma vida de privação. Quero me recuperar. Eu escolhi me recuperar. Procurei tratamento. Fui eu. Era o meu desejo. Ainda assim, sinto como se agora estivesse presa numa armadilha. Eu sei que ter altos e baixos na recuperação é normal e eu tive momentos assim antes, mas cada vez é mais doloroso, cada vez é mais humilhante, e cada vez que me faz sentir mais culpada.
No entanto, estou tentando me concentrar em outras coisas, coisas mais positivas. Mais cedo hoje eu consegui escrever o prólogo de uma história que realmente quero escrever. É baseado em minha vida com a anorexia e recuperação e, apesar de ser 40% ficção (ou é assim que eu planejo que seja, porque minha vida é realmente chata demais para um livro inteiro), vou usá-lo como um exercício de auto-consciência. Escrever o prólogo foi bom porque escrevi exatamente como eu estava me sentindo esta manhã, e exatamente o que estava fazendo. Foi uma ótima experiência e me ajudou a me acalmar um pouco.
Em abril, eu vou participar do Camp NaNoWriMo, depois de falhar miseravelmente no NaNoWriMo de novembro por causa da depressão. A ideia é escrever 50.000 palavras em um mês (1.667 palavras todos os dias ou algo assim), mas eu não vou me pressionar para alcançar esse objetivo, se não tiver energia para fazê-lo. Em vez disso, vou tentar ver desta maneira: cada palavra escrita é uma palavra a mais do que eu tinha antes, então consideremos como lucro. A ideia de contar minha vida através de um livro é atraente, porque é assim que me sinto confortável, e acho que isso ajudaria meus pais a entender um pouco do que se passa. Mas mesmo que não mostre esse trabalho a ninguém (exceto minha terapeuta; planejo deixá-la lê-lo), vou escrever para mim, porque quero, porque significa algo para mim. Sinto falta de escrever, sinto falta de me desafiar a escrever.
Embora este não pode ser o título final, eu estou trabalhando com o título Get Hurt. É o nome de uma música do AFI que eu realmente, realmente gosto (o álbum inteiro é ótimo, a propósito). Apesar do título estar em inglês, escrevi o prólogo (que funciona mais como uma forma de planejar o que vou escrever durante o mês de abril) em português, o que é um milagre. Eu vou estar escrevendo sobre o processo no meu Twitter (atualizando com estatísticas do meu progresso diário e pensamentos sobre o trabalho doloroso que é dar à luz um livro) e pode-se acompanhar o progresso através do Pacemaker e do meu novo blog de escrita. Sim, no caso de estar se perguntando, estou atualmente escrevendo sob o nome de Venus Gabrielle Dubois (embora só assinando Venus Dubois, porque a coisa toda é muito longa). As razões serão explicadas mais tarde (no outro blog)!
Agora vou comer algo, porque um estômago vazio significa que não há combustível para o cérebro escrever nada que preste! (Escrever sobre escrever é sempre um motivador.)
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